[RESENHA] A chave de casa – Tatiana Levi Salem

Boa noite, queridos amigos. Fadas, curupiras e bruxas das artes, da literatura e da diversão. Assumo que este é o meu primeiro post, portanto tentarei não demonstrar um excesso de intimidade que ainda não alcancei, mas que esperarei atingir através do auxilio de feedback. Bom, primeiro lugar, deixe me apresentar para que me conheçam do básico: Me chamo Oscar Neto, tenho 24 anos e sou um quase-lá-bibliotecário [/ falta só a defesa da minha tese para me formar, contudo estou congelado devido a uma greve na minha faculdade], trabalho, sou um ecumênico de signos, engraçado, gay e adoro livros e séries, e gostaria de expor nesse adornado espaço as minhas opiniões com relação a tais itens, além de algumas historietas criadas por minha pessoa. Mais uma vez, eu gostaria de agradecer publicamente a colega e amiga Jana Dias por me proporciona essa oportunidade.

Bem, agora eu gostaria de falar de um livro cujo término foi alcançado ontem depois de um certo esforço pessoal alcançado. O livro se chama: A Chave de Casa, escrito pela Tatiana Levi Salem e publicado em 2010 pela editora Record. Bom, por onde eu posso começar a falar sobre o livro? Bem, ele é um livro de literatura nacional contemporâneo do gênero da “autoficção”, cuja história se desenvolve na busca e no resgate da personagem pelas memoriais culturais e afetivas de sua família e parentes maternos, após a entrega de uma chave que pertencia a uma antiga casa de seus ascendentes judeus, pelo seu avô. Nisso, a personagem embarca numa viagem para Turquia com o objetivo de conhecer a sua origem judaica turca e se auto-descobrir. A famosa viagem ao passado para que se aprenda e ensine no presente.

Além disso, no livros nos é mostrada a relação que essa personagem tinha com a mãe, a sua perda, as violências sofridas por ela através de um relacionamento abusivo, as experiências pessoais de seu avô e de sua mãe. A história está carregada de multiplicidade de vozes presentes nos diálogos e na narrativa. A falta de necessidade de descrever cenas ou explicações ou a “não-linearidade” de tempo,  da narrativa ou das vozes no texto foram um dos aspectos que mais me impressionaram e me afligiram ao longo da leitura. Haviam momentos que eu formulava ALTAS E CHAPADAS teorias sobre o que estava acontecendo e como isso se conectava com a história. Eu me sentia uma pessoa com uma estola nos olhos, sendo guiado ao longo de uma rua desconhecida por alguém que pode me proteger e amar ao me apunhalar com uma faca.

Eu acho MARAVILHOSO, por exemplo, nem sei se isso é um spoiler…rs dane-se, mas eu acho maravilhoso o dialogo “pós-mortem” que a personagem tem com a mãe. Tipo, QUE COISA MAIS QUE MARAVILHOSA QUE VOCÊ SÓ PODE TER NUM TEXTO BEM ESCRITO e que não me transpareceu ser algo piegas. Se a gente não levar pro lado espiritualista, mas até naturalista ou material, veremos que somos o somatório de outras gerações que vieram antes de nós. As vezes, quando nos dialogamos com nós mesmos, estamos na verdade dialogando com os “ensinamentos”, “conceitos”/”pré-conceitos” construídos em nossa essência individual, mas que pertencem a um grupo. No caso, a família, por exemplo. OU NÃO rsrsrsrs

Entretanto, apesar dessas maravilhas citadas em cima, não foi uma leitura cujo caminho tenha sido prazeroso. Mas, acredito que isso se dá pelo meu “Bem-querer pessoal de leitura”. Eu não estou acostumado ou ainda tenho pouco contato com esse tipo de escrita contemporânea. Esse excesso de liberdade ou, como eu gosto de falar “escrita livre”, cujas ações acontecem, personagens falam, além dos pensamentos da própria narradora principal aka Tatiana Levi Salem me deixam um pouco ansioso. Eu também tenho as minhas “luas de leituras”. Tem dias que eu tô numa vibe pra ler, sei lá….Jane Austen no outono. Pois assim, a clima friozinho combina com a minha imaginação de cenário inglês.

Todavia, ao terminar a história e ao analisa-la no conjunto, assumo que eu a achei MOITO BOA.Tipo, alguns quadros, obras de artes ou quiçá a vida. Se a gente se apega ao detalhe de um ponto ao um pixel sequer, talvez, não consigamos ver a beleza do conjunto. Por favor, sejam honestos em suas opiniões. Serei honesto ao afirmar que tenho um pouco de receio de minhas ideias e opiniões parecerem desconexas. Por favor, amigos, me alertem caso vocês acharem também!

O próximo livro a resenhar será: David Copperfield OU O Xangô de Bakerstreet. Os dois com certeza serão resenhas aqui, ou assim eu espero. Já a ordem eu não poderei definir MESMO. Digamos que Copperfield esteja na frente! Muito amor e beijos de luz galera!

tatiana-salem-levy_by-marcelo-correa Tatiana Levi Salem – escritora