Crônica de pouco mais de dois anos atrás

Há pouco mais de dois anos atrás, postei esse texto em outro blog que tinha.

Só quero dizer que esse sentimento continua o mesmo. ❤

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“Dois dias atrás, eu era uma pessoa diferente. Meu mundo interior estava em ebulição, os pensamentos se chocavam, se misturavam, se torturavam. As músicas que ouço, raramente chegavam a ter significado. Serviam tão-somente para me isolar do mundo exterior. Eu estava um caos.

Hoje acordei diferente. Me sentindo diferente. Um espécie de névoa, um breu branco tomou conta de mim ontem. Uma névoa diferente, semelhante talvez às Brumas de Avalon, onde precisei de todo o silêncio que pude fazer. Um silêncio sagrado, daqueles que habitam catedrais históricas, quase palpável. Calar voz e alma. Precisei ouvir música, fumar um cigarro (e admirar a fumaça branca), ter o gato ronronando no meu colo. Precisei deixar chover, deixar que tudo se organizasse sozinho e voltasse para os seus respectivos lugares. Precisei estar sozinha comigo mesma, me olhar no espelho e me reconhecer. Reconhecer quem fui, quem sou e quem quero ser.

E hoje acordei outra. Acordei como um dia claro, com o céu límpido e num azul profundo, onde os raios do Sol possam brilhar suavemente, e o verde da grama se destacar na paisagem. Acordei com a alma úmida do orvalho da manhã, em estado de sonho. E nesse estado de sonho ainda estou, e pela primeira vez consigo voar alto com os pés no chão. Acordei com corpo e alma nus, com a sensação de quem entrega a vida nas mãos de Deus. Esperando que hoje seja um dia melhor, um bom dia. O primeiro do resto da minha vida. Das nossas vidas, quem sabe? Na expectativa. Eu, que evito criar expectativas, hoje acordei esperando que dias melhores venham, que eu consiga ser a melhor versão de mim mesma, que me permita chorar quando sentir vontade, me permita me emocionar e extravasar a emoção quando assim for preciso.

Está tudo bem quieto aqui dentro, trabalhando afinado e com sincronia. O único som que ouço é o da música que entra pelos meus ouvidos, e que faz um leve eco quando em contato com meus muros, que aos poucos vão baixando, se desfazendo. E o farfalhar das palavras, que estão num baú, onde mergulho minhas mãos à procura das que se encaixem nesse texto. Elas sussurram, e ouço cada uma delas nitidamente. Uma a uma, elas vão se encaixando, formando frases e expressões que vão de encontro aos pensamentos que guardo. Em breve, novos textos.

É óbvio que não foi do nada que estou assim hoje. Não fui dormir ontem com a intenção de que essa mudança acontecesse e decidi acordar magicamente mudada.

Tenho sentido essa necessidade há algum tempo. Tenho sentido necessidade de escrever, assim como também necessito de horas de sono e água. Mas um texto não sai assim do nada (pelo menos comigo). Ele fica aqui, cozinhando lentamente, em banho-maria. Espero o tempo dele. Ensaio algumas frases. Formulo pensamentos. Tenho sentido alguns que estão por aqui, esperando seus tempos e suas oportunidades de serem escritos e lidos. E assim será daqui pra frente.

Não cabe dizer aqui qual e quem foi o agente que desencadeou essa mudança. Fica pra um outro dia, em um outro texto que está cá dentro, amadurecendo.

Só gostaria de dizer que é bom assim, e que gostaria de agradecer. Pelo o que, ainda não sei. Mas vou descobrir.

Bom Dia.”

Do café de cada manhã

Olá, pessoas!!

Gosto tanto de café que senti vontade de escrever de novo sobre essa bebida escura dos deuses. rsrsrs

Tava eu, passeando aleatoriamente no facebook, quando me encontro com essa imagem:

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Maneiras de ascender aos céus logo pela manhã.

E eu, aloka do café, me senti com vontade de experimentar todos eles. Tomo geralmente o café cortado, ou pingado escuro, como chamam aqui no Rio. Porque se tomar café puro do jeito forte que faço, fico com azia o dia inteiro. T.T

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Isso que dá tentar imitar uma Gilmore Girl. Azia eterna… T.T

To com vontade de experimentar o hawaiano… Adoro coco e seus derivados… rsrsr

E um que faço muito quando quero variar um pouco, é o cappuccino caseiro. Só que non coloco canela nem chantilly. Mesmo assim, fica ó! Uma delícia!

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Quantos cafés dá pra fazer com um milhão de reais?

E sempre fico triste quando meu café acaba. Adoradores de café de plantão, isso acontece com vocês também?

Update: Acabei de fazer o café hawaiano e ficou booooooooooooooom!! Só no final que ficou meio enjoativo (acho que coloquei muito leite de coco). Eu tinha gravado todo o processo, mas alguma coisa deu errado, e ficou faltando a parte final do vídeo… T.T (isso que dá gravar com o celular…)

P.S.: Imagens catadas no facebook.

Crônicas Gastronômicas: Café

Uma boa caneca de café. É tudo o que me basta para começar o dia. Enquanto não tomo meu café, não consigo despertar, meu humor não melhora, enfim: não sou ninguém. Tenho que passar pela experiência diária de levantar, ir pra cozinha, botar a água pra ferver, colocar o pó do café (já começo a ficar animada a partir daí, com o cheirinho bom de café fresco evolando do pó) no filtro de papel, e despejando a água quente, enquanto meu humor melhora a olhos vistos.

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Sim, eu poderia tranquilamente ser uma das Gilmore Girls

Depois, pego uma das várias canecas que tenho. Escolho a que mais combina comigo no dia. Se acordei de um sonho de fofurices, é a caneca do gato fofo. Se estou cheia de amor pra dar, é a dos corações. Se acordei com uma vontade de cozinhar aquela receita especial, é a caneca do Amo Cozinhar. Mas, se acordei só pelo prazer de tomar um café, pra depois decidir como será meu dia, tem a caneca do Coffee, que é perfeita pra essa ocasião.

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Minha “caneca” (pq tá mais pra um balde) e a caneca do gatinho fofo.

Ninguém deveria escapar de uma boa caneca de café quando acorda: é um estímulo olfativo marcante. E a sensação térmica de aconchego que há no café? Admito: sou viciada nessa rotina de tomar café quando acordo.

Mais do que pro coração e pro corpo, café faz bem pra alma da gente.

Era uma vez

Era uma vez uma menina. Ela ganhou um livro de contos de fada quando ainda nem sabia ler.

Quando ela aprendeu a ler, o livro já tinha sido usado tantas vezes nas brincadeiras que já não tinha mais capa, nem algumas histórias. De uma certa maneira ela ficou triste, pois havia descoberto que o mundo das letras era mágico, e acalentava o coraçãozinho despedaçado pela separação dos pais.

A menina foi crescendo, treinando a leitura e o entendimento do mundo. Ela sempre pedia pra mãe trazer uma surpresa quando voltasse do trabalho, mas quem trazia as melhores surpresas era a madrinha, que tinha coleções de livros, e trazia também revistinhas pra menina ler.

Quando a mãe descobriu que a menina (então com 9 anos), estava lendo O Iluminado, de Stephen King, e Agatha Christie, simplesmente proibiu-a de ler. Disse que aquela leitura non era para crianças. Talvez ela tivesse razão, a menina non entendia direito o que acontecia na história do hotel abandonado. Mas Agatha Christie non, ela entendia tudo e se divertia com as histórias.

Com a proibição, a menina passou a ler escondido. E passou a escrever também as suas histórias, para ter com o que se divertir quando a mãe estivesse por perto.

A menina foi crescendo e se interessando por outras coisas. Gatos, filmes, música principalmente. Do gosto musical dos pais herdou muito pouca coisa. Os pais ouvem sertanejo, pagode, “brega” (ela gosta de música brega, admite), samba. Ela passou a ouvir Rock, MPB, blues, jazz, R&B. Mas se encontrou mesmo no rock. É dos poucos estilos em que quase todas as músicas a preenchem por inteiro.

A menina hoje tem quase 30. A menina sou eu.